segunda-feira, 4 de julho de 2011

Poesia e Música no Festival da Terra e da Língua: O poema (A) corda

Este projecto nasce de uma sede mútua. Surge como questionamento e como resposta, como desejo e como ânsia de trilhar novos caminhos, de desafiar e testar até onde poderão a poesia e a música sulcar a mesma terra. E daqui brota uma simbiose despertadora e provocadora.

Música e Poesia reúnem-se numa só entidade, híbrida: um corpo fluente e dinâmico, alimentado de naufrágios, amamentado pelo quente seio do Sentir.

O Humano perante a Criação; a Criação defronte da Multiplicidade, do pluralismo de vozes e murmúrios interiores.

O Poema “vendo-se e pensando-se” ao espelho da música, enquanto o Homem se problematiza enquanto semi-deus fecundante e redentor de si mesmo.

E a sofreguidão, e o choro, e a demência… serão a rejeição, o retirar de peso ao Tempo.

O Caos e a Subconsciência invadem-nos, subjugam-nos… Mas O Poema (A)Corda, despertando em nossos olhos, a senda medular da dimensão artística: A Palavra e o Som serão a matéria-prima para o construir deste edifício.

“A sensibilidade esbatida na ausência, consagra-nos neste inabalável tormento…”, o de sermos mártires e senhores de uma identidade insaciável…

Acutalmente sediados em Cáceres (Extremadura, Espanha), a vida do projecto estendeu-se ao objectivo de divulgar a poesia em língua portuguesa, assim como a chamada poesia e música combativas ou de intervenção, usando a poesia e a música como uma arma apenas contra a apatia e o auto-desprezo cultural. Temas como a lusofonia, a luta independentista da Galiza, têm ganho algum relevo na perfomance do projecto. Rematar também as novas apostas em perfomances mais amplas onde o experimentalismo, a pintura e o dramatismo ganham também expressão.